da assessoria de imprensa da Prefeitura de Jundiaí
Com grande pesar, Jundiaí se despediu nessa segunda-feira (08) da musicista e professora Josette Silveira Mello Feres, aos 86 anos e ainda se dedicando ao que mais gostava: à música e ao ensinar. Nesta terça-feira (09), o prefeito Luiz Fernando Machado decretou luto oficial de três dias, contados a partir dessa segunda-feira (08).
Carinhosamente conhecida como “Tia Josette” pelas fortunadas centenas de alunos e incontáveis admiradores, Josette não era jundiaiense mas chegou a esta terra por conta da ferrovia e sempre externou sua gratidão pela recepção aqui recebida. Seu esposo, Samy, a quem deixa em vida, era ferroviário e com ele se instalou próximo ao Complexo Fepasa, onde estabeleceu residência, criou seus cinco filhos e fundou, em 1971, a Escola de Música de Jundiaí (EMJ).
Autora de livros, foi pioneira na criação de um método de pedagogia musical para bebês e de inclusão social de deficientes por meio da música, Josette tornou-se referência para pesquisadores do mundo todo. Josette trazia também em sua história alguns fatos curiosos, como o fato de ser bisneta do ex-presidente Prudente de Morais, se corresponder, ainda na juventude, com o escritor Monteiro Lobato e ter sido aluna do compositor Heitor Villa-Lobos quando estudou no Rio de Janeiro.
De sua sala de aula e de seu convívio, saíram inúmeros jundiaienses que levaram o nome de nossa cidade para o Estado, para o Brasil e para o mundo.
A musicista deixa também cinco filhos e netos, muitos deles também dedicados à Música, como sua filha, a maestrina Cláudia Feres, que é regente titular e diretora artística da Orquestra Municipal de Jundiaí (OMJ).
O prefeito Luiz Fernando Machado solidariza-se com a família neste momento de luto e classificou seu falecimento como uma grande perda para todos. “Com imensa tristeza recebi a notícia de seu falecimento. Josette foi professora da Vanessa, minha esposa, e participou da formação musical de muitas gerações da nossa cidade. É com pesar que nos despedimos desta grande amiga. Nos unimos em oração à família e pedimos que Deus conforte os corações neste momento difícil”.
Para o gestor da Unidade de Gestão de Cultura, Marcelo Peroni, Josette foi a base de formação da maioria dos músicos da cidade. “Josette dedicou-se até seus últimos dias ao que sempre mais gostou de fazer, que era compartilhar conhecimentos, a ensinar. Professora de escola pública e tema de diversos estudos, reportagens e biografias, Josette ensinava música na garagem de sua casa, antes mesmo de fundar a EMJ, e depois sempre usou de sua morada e de seu jardim como uma extensão da sala de aula. Nomes de grandes regentes, como sua filha Cláudia e Cláudia de Queiroz, Elisséia Duarte e Silmara Drezza, são certamente muito gratas ao que aprenderam com ela”.
Convidado por diversas vezes como solista especial convidado, o premiado violonista e maestro jundiaiense Fábio Zanon também lamenta a perda. “ Parabenizo a Prefeitura por reconhecer o mérito da Josette. Eu a conhecia desde meados da década de 1970, quando foi minha professora de Educação Artística e passei a frequentar a sua casa, muito próxima da minha. Ela foi para mim, francamente, como uma mãe musical. Eu muito provavelmente não teria sido o músico que sou em o seu empurrãozinho. Ela me fez perceber que a música, mesmo que exercida em seu mais alto nível, não pode nunca perder seus caráteres lúdico, alegre e de respeito. Todas as horas que passei na companhia dela eu desejei que durassem para sempre. Sou profundamente grato a ela e tenho pena das pessoas que, daqui para frente, não terão a oportunidade de ter uma professora tão inspiradora e uma amiga tão verdadeira”.