da assessoria de imprensa da prefeitura de Jundiaí
A segunda edição do programa Saúde no Campo, realizada na tarde desta sexta-feira (25) na Associação Amigos do Traviú, no bairro de mesmo nome, confirmou aquilo que a Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento vem observando há algum tempo: os produtores rurais de Jundiaí estão se preocupando mais não só com a própria saúde, mas também com o bem estar dos trabalhadores do campo. Prova disso foi a presença deles no evento que teve a parceria da Secretaria Municipal de Saúde, Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST) e Unicamp. O objetivo é proporcionar às pessoas que atuam na agricultura uma oportunidade de reavaliar as condições do ambiente em que desenvolvem suas funções e descobrir se estão sendo acometidos por alguma doença oriunda do contato direto com produtos agrotóxicos.
Na primeira edição, realizada no final do ano passado, pelo menos 30 pessoas se submeteram aos exames gratuitos disponibilizados através do programa. Desses, seis apresentaram alguma alteração e foram encaminhados à Unicamp para um acompanhamento mais específico, monitorados pela equipe do Cerest. O resultado foi comemorado: nenhuma doença confirmada. “Para nós é motivo de comemoração pois os exames têm como finalidade a certificação de que está tudo em ordem e a tendência é cada vez menos registrar problemas de saúde por contaminação no campo, pois o trabalho preventivo é muito amplo”, explica o secretário Municipal de Agricultura e Abastecimento, Jorge Yatim. Segundo ele, a informação hoje em dia tem sido grande aliada das pessoas na questão da prevenção de doenças e com o trabalhador do campo funciona da mesma forma.
Para a secretária Municipal de Saúde, Tânia Pupo, essa segunda edição serviu também para mostrar ao trabalhador e ao próprio produtor que atua diretamente na lavoura que existem ações na rede pública de saúde que podem contribuir para a manutenção da sua saúde de forma preventiva. “Além disso, o levantamento feito aqui ajudam a orientar e implementar as ações específicas”, disse. O médico-professor Herling Alonzo, um dos pioneiros do projeto, iniciado há 12 anos pela Unicamp, também enfatiza a importância do trabalhador rural encontrar no sistema público de saúde um trabalho voltado à prevenção e estruturado para agir em caso de manifestação de doenças. “Programas como esse mostram os cuidados que se deve ter e como agir no caso de doenças”, disse.
Além dos exames de sangue, pressão arterial e triagem auditiva, a tarde de atividades contou também com palestra do pessoal do projeto Aplique Bem (pertencente ao Instituto Agronômico de Campinas – IAC) e da empresa Protect, orientando sobre uso correto de produtos e equipamentos.
Produtor adere
O plantador de lixia Adílson José Carbonari tem 68 anos de idade e desde os 12 mexe com todo tipo de agrotóxicos. Mesmo sabendo que goza de boa saúde, fez questão de comparecer, porque conhece mais sobre os riscos desses produtos, embora faça uso de equipamentos de segurança. “Às vezes a gente acha que não tem nada e pode ter algum problema, que não aparece assim sem um exame médico. Por isso, apoio essa iniciativa e parabenizo os responsáveis, pois é muito importante para nós”, disse. A diretora de Agronegócio da Secretaria Municipal de Agricultura, Isabel Harder, completou a informação. “É isso mesmo que queremos, os produtores não precisam demonstrar nenhum sinal externo, pois esse tipo de doença não se manifesta de forma aparente e os exames são exatamente uma forma de levantarmos a situação”, disse, eiterando a importância da participação.
Segundo Isabel, nos próximos dias será divulgado se os exames desta sexta-feira resultaram em algum encaminhamento para acompanhamento mais específico na Unicamp. “Nós vamos aguardar o resultado para saber como está a situação desse pessoal”, disse.