da assessoria de imprensa da Prefeitura de Jundiaí
Com grande representação de segmentos da cidade, um alerta foi dado no evento dos 33 anos de tombamento da Serra do Japi, que contou com especialistas, nesta terça-feira (8), no auditório do Paço Municipal. O mais importante deles foi dado pelo biólogo João Vasconcellos-Neto, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e um dos criadores da Base Ecológica, sobre o futuro da conexão da serra com outras áreas naturais.
“Temos uma importância essencial nesta data e temos um paralelo entre a mobilização pela Serra há mais de três décadas e nossa preocupação com a conservação da área rural e de mananciais hoje, onde temos aágua como um critério central”, afirmou a secretária de Planejamento e Meio Ambiente, Daniela da Camara Sutti, em referência ao novo Plano Diretor Participativo.
Para Vasconcellos-Neto, os estudos feitos nesse tempo decorrido desde o tombamento mostram umaumento de espécies conhecidas (borboletas, por exemplo, passaram de 650 para 900) e o mosaico de formações florestais que a Serra abriga guardam espécies vegetais ou animais únicas por altitudes, por regiões da mesma e até pelos solos variáveis sobre a base de quartzito.
“É importante que municípios busquem reverter a destruição e construir a sustentabilidade. Mas precisamos pensar mais ainda no futuro, em criar corredores verdes entre as formações como Serra da Cantareira, Serra do Japi, Serra do Mar e assim por diante, com pontes verdes superando obstáculos como rodovias”, afirmou ao mostrar diversos casos surpreendentes de espécies desconhecidas ou interações entre plantas e animais ou entre diversos tipos de animais que parecem inspirados na ficção científica.
Em outra linguagem, o diretor Marcelo Pilon mostrou que Jundiaí está prestes a criar o programa Jundiaí Nascentes envolvendo diversos setores para pensar junto a água e as condições naturais de nascentes e de recarga, e isso está sendo integrado ao planejamento urbano.
Além de mostrar imagens captadas por câmeras noturnas de espécies animais, a equipe lembrou das mobilizações de jundiaienses nas passeatas ecológicas de 1978 e indicou a canção de Fábio Porte para a Serra do Japi.
O evento também contou com a presença da historiadora Elisabete Mitiko Watanabe e do arquiteto urbanista Elizeu Marcos Franco, especialistas do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico do Estado de São Paulo (Condephaat). A moradora Yone Guatta, do bairro Santa Clara, levantou questão também sobre o lado histórico da Serra como uma pequena igreja de 1917 mantida pela comunidade.
O evento reuniu um público variado como os diretores das Secretarias: de Agricultura, Abastecimento e Turismo, Gilberto Bardi; de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Gilson Pichioli; de técnicos como Martin Ribeiro (DAE) e também a presidente do IAB Jundiaí, Rosana Ferrari; a coordenadora da Associação Mata Ciliar, Cristina Adami; a pesquisadora Cláudia Yoshida; a presidente do Conselho de Gestão da Serra, Paula Siqueira; a presidente do Conselho de Defesa do Meio Ambiente, Sílvia Merlo; a técnica Luciana Maretti; a socióloga do Museu Histórico e Cultural, Creusa Claudino; a bióloga Isabella Baroni; o arquiteto Nivaldo Calegari; o monitor da serra Eduardo Pontes e muitos outros moradores, profissionais e técnicos.