Rã inédita da Serra do Japi ganha repercussão nacional

19/1/2016 - Jundiaí - SP

da assessoria de imprensa da Prefeitura de Jundiaí

Um trabalho de quase três anos de pesquisas, que confirmou em 2015 que uma das espécies de rãzinha-de-riacho da Serra do Japi é uma variação totalmente desconhecida nos registros científicas da sua família biológica Hylodidae, começa a ganhar mais repercussão na mídia pelo trabalho de Fábio Perin de Sá e Célio Haddad na Universidade Estadual Paulista (Unesp).

Agora oficialmente batizada de Hylodes japi, a espécie foi descrita na publicação especializada Plos One e alvo de uma reportagem organizada pelo jornalista Gabriel Alves na versão eletrônica do jornal Folha de S.Paulo.

O trabalho teve o apoio direto da Base Ecológica, mantida na Reserva Biológica Municipal (Rebio) pela Prefeitura, que também promoveu a divulgação desse avanço científico nos estudos da biodiversidade local em abril de 2015.

De acordo com a secretária de Planejamento e Meio Ambiente, Daniela da Camara Sutti, a novidade apenas reforçou os cuidados que o governo Pedro Bigardi tem com a região da Serra e a divulgação é importante tanto para o conhecimento dos moradores da cidade quanto para outros lugares conhecerem os esforços de conservação em Jundiaí. Os pesquisadores também destacam os efeitos colaterais no aspecto educativo.

“O mais interessante é que nossa descoberta mostra que a espécie nova só ocorre na Serra do Japi. Acredito que esta descoberta de uma nova espécie de vertebrado endêmica da Serra (ou seja, que ocorre apenas ali) tem muito a contribuir com a preservação desse importante remanescente da Mata Atlântica brasileira”, afirmou em abril de 2015 o pesquisador Fábio Perin de Sá, que trabalhou de 2010 a 2013 em mestrado sobre o tema na Unesp.

O principal destaque da dissertação foi dedicado à descrição da espécie e do modo reprodutivo, um comportamento que além de ser bastante raro de ser observado só era conhecido para peixes (antes de ser descrito para espécies da família Hylodidae). Esse modo reprodutivo consiste em depositar ovos dentro de uma câmara subaquática construída no leito de riacho. Mas os aspectos comunicacionais da espécie também formam destaque.

Os dados verificados mostraram que essa rãzinha existente na Serra (até então tratada genericamente como Hylodes ornatus) é uma espécie nova. A expectativa dos pesquisadores é de que, de algum modo, a nova espécie de rãzinha, agora oficial e cientificamente chamada de Hylodes japi, contribua para o trabalho de conservação da floresta cujo nome em tupi significa “nascentes” – numa menção exatamente ao habitát no qual a nova espécie descrita vive.

A Serra do Japi tem mais de 30 espécies de anfíbios, com comportamentos e habitáts variados, desde riachos, bromélias, árvores ou chão da floresta.

Alta tecnologia
A confirmação da diferenciação entre diversas espécies de Hylodes foi trabalhada com análise molecular, com coleta de DNA em kits de extração do tipo DNeasy, pela proximidade morfológica com outras variedades do gênero, mostrando traços geneticamente distintos.

O trabalho liderado por Fábio Perin de Sá foi publicado em forma de artigo na revista Herpetológica,disponível no portal Bio One Research Evolved, escrito em coautoria com Clarissa Canedo, Mariana L. Lyra e o próprio Célio F.B. Haddad. Também colaborou com a pesquisa a bióloga Adriana Salomão, especializada em outra raridade da Serra do Japi que é o chamado “bicho casca”.

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