da assessoria de imprensa da Prefeitura de Jundiaí
A Prefeitura de Jundiaí, por meio da Secretaria de Saúde, promove neste mês o evento “Maio: Mês da Luta Antimanicomial de Jundiaí”, que prevê diversas atividades entre a quarta (13) e a sexta-feira (29). Tradicionalmente, em maio são comemorados os avanços do Movimento da Luta Antimanicomial no Brasil.
Em Jundiaí, a rede municipal de saúde mental passa por momento de reorganização e ampliação do atendimento, conforme preconizado pelo Ministério de Saúde para a organização da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). “Estamos implementando um novo modo de operar o cuidado em saúde mental”, destaca o secretário de Saúde, Luís Carlos Casarin.
A abertura do evento será na quarta (13), às 8h, na Faculdade de Medicina de Jundiaí, com o seminário “Da coerção à coesão: por uma política sobre drogas e não segregativa”.
O seminário contará com a participação de Graziella Barreiros, do Ministério da Saúde; Nara Santos, do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC); Leon Garcia, da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad); Aldo Zaiden, diretor de Relações Institucionais da Plataforma Brasileira de Políticas sobre Drogas, e outros especialistas.
Na terça (19), às 15h, será aberta a exposição “Do Casulo ao Voo Livre”, na Pinacoteca Diógenes Duarte Paes. Às 16h, haverá a apresentação do filme “Si puo fare?” e, após a exibição, será realizado um debate com Stellamaris Pinheiro.
Outro destaque da programação é o 1º Encontro Regional de Caps IJ do Estado de São Paulo “É nóis no SUS: Ciranda de Direitos na RAPS pra molecada”, na quarta (20) e quinta (21), na Faculdade de Medicina de Jundiaí.
Serão realizados ainda, dentro da programação do evento, o 2º Fórum de Saúde Mental de Jundiaí, na quinta (28), na Faculdade de Medicina de Jundiaí, e o Seminário Saúde Mental e Racismo, na sexta (29), no Clube 28 de Setembro.
Para encerrar o evento, na sexta (29), às 14h, estão programadas uma caminhada e atividades culturais em defesa da luta antimanicomial, na Praça Governador Pedro de Toledo, a Praça da Matriz, no Centro.
Reorganização da rede
A coordenadora da Saúde Mental do município, Ana Thomé, explica que, desde o início deste ano, estão ocorrendo diálogos com toda a rede de saúde, especialmente com a Atenção Básica, para essa reorganização. Segundo ela, o objetivo é cuidar das pessoas com questões de saúde mental de modo integrado.
A rede de saúde mental de Jundiaí tem uma história importante, principalmente a partir da década de 90, quando o hospital psiquiátrico da cidade foi desativado. A partir daí, criou-se uma série de dispositivos, como os Caps e o ambulatório de Saúde Mental. “Mas esses equipamentos acabaram concentrando, majoritariamente, o cuidado em saúde mental, inclusive das situações não graves que, conforme preconiza o SUS e recomenda desde 2001 a Organização Mundial de Saúde, devem ser cuidados na atenção básica.”
Como os equipamentos recebiam toda a demanda de saúde mental da cidade, explica Ana, não conseguiam organizar adequadamente o cuidado das pessoas em grave sofrimento psíquico, que, muitas vezes, eram enviadas para hospitais psiquiátrico de outros municípios ou ficavam em filas de espera aguardando atendimento.
“Essa reorganização procura superar a ideia de encaminhamento de casos entre os serviços de saúde e adota o conceito de apoio. Os diversos dispositivos de saúde passam a ser vistos como pontos de atenção de uma grande rede, toda ela comprometida com o cuidado integral à pessoa”, explica Ana.
De acordo com a coordenadora, esse processo de reorganização do cuidado em saúde mental exige aproximação das equipes de saúde e capacitação permanente de todos os profissionais que integram a rede. Para isso, além das capacitações regulares, a Secretaria de Saúde estabeleceu o Apoio Matricial em Saúde Mental para todas as unidades de saúde (UBSs e ESFs) da cidade.
“Também os centros de atenção psicossocial (Caps) e o ambulatório de Saúde Mental passam por intenso processo de reorganização do trabalho, de acordo com os princípios do SUS e da Reforma Psiquiátrica. Em breve, passarão a funcionar como serviços “porta aberta”, ou seja, sem necessidade de agendamento prévio ou encaminhamento de outro serviço de saúde, e implicados diretamente no cuidado ao usuário em crise”, adianta Ana.