da assessoria de imprensa da Prefeitura de Jundiaí
O reencontro de pessoas ligadas com a história dos trens na cidade marcou o sábado (25) no Complexo Fepasa, local que abriga as antigas oficinas da Companhia Paulista de Estradas de Ferro construídas na década de 1870. Entre as atividades estiveram um piquenique comunitário, um lançamento de livro e uma exposição de ferreomodelismo.
“É muito gratificante vermos moradores da cidade se movimentando pelos seus bens coletivos e por sua memória. Sem isso os investimentos públicos seriam perdidos, de nada adianta conservar uma praça sem que as pessoas se apropriem dela, sejam responsáveis por elas”, comentou a secretária de Planejamento e Meio Ambiente, Daniela da Camara Sutti.
Organizado pelo Centro de Estudos e Lazer da Melhor Idade (Celmi), espaço de cursos ligado à Associação de Preservação da Memória da Companhia Paulista, o evento contou com bom número de convidados.Como Leandro Vechiato, que apresentou maquete rica em detalhes de um circuito ferroviário em funcionamento. “Tem até o ônibus da São João passando”, diz.
No outro extremo, perto da locomotiva de 1923 chamada “Baratinha” e do local ao ar livre do piquenique de frutas, as pessoas tocavam o sino e algumas, como Vinícius Teixeira, ajudavam a pintar a moldura de uma das janelas da locomotiva. “É uma ajuda dentro do possível. Pusemos um novo vidro e é mais um passo”, comentou antes de colocar de volta esse elemento.
Muita gente ainda pisa os paralelepípedos entre trilhos e paredes de tijolos sentindo a história de trens, vagões, administradores e operários passando pelo pátio em meio aos aromas de ferro e graxa ou à pontualidade impecável de boa parte do período da Companhia Paulista. Para essas, foi lançado no evento o livro “Meu Pai Foi Ferroviário 7”, parceria da APMCP com In House Editora.
A presidente do Conselho Municipal do Patrimônio (Compac) e diretora administrativa do complexo, Maria Angélica Ribeiro, escreve na contracapa da publicação uma frase de Albert Scheitzer que descreve a tragédia da vida como aquilo que morre dentro do homem enquanto ele vive. Para ela, o patrimônio pessoal é o que também forma o patrimônio coletivo.
De acordo com Eusébio dos Santos, coordenador do evento e também do livro, iniciativas desse tipo são momentos de recarregar as esperanças. Ele defende que a experiência seja valorizada tanto no foco da cidade quanto no foco das pessoas. “É parte não apenas de Jundiaí, mas de nossas vidas ou de nossos amigos ou ancestrais”, diz.