Projeto Ponte Torta avança unindo razão e emoção

10/11/2014 - Jundiaí - SP

da assessoria de imprensa da Prefeitura de Jundiaí

Os eventos da chamada Fase 1 (Entendimento) do projeto Ponte Torta avançaram com debates sobre a história do monumento dentro da cidade e também com novos depoimentos afetivos de moradores, nesta sexta-feira (7). O auditório da Biblioteca Pública Professor Nelson Foot reuniu técnicos, estudantes e moradores em um trabalho conjunto – que vai continuar, aberto aos interessados, nos dias 14 (no Solar do Barão), 21 (na carreta ao lado da Ponte Torta) e 28 (na carreta na esquina das avenidas Nove de Julho e Luiz Latorre).

Os debates e depoimentos fazem parte do ato de zelar pelo patrimônio, que é uma das partes do projeto ao lado das ações físicas que serão realizadas no próprio monumento e entorno. Esse é o motivo do projeto ser chamado de ‘Ações de Conservação e Zeladoria da Ponte Torta’.

Com mediação do historiador Wilson Ricardo e uso de imagens de diversas épocas, o entendimento da Ponte Torta no debate avançou da histórica citação de passagens de bondes de passageiros entre a estação da Santos-Jundiaí na Vila Arens e o Centro Histórico para hipóteses sobre o uso também para transporte de cargas em vagonetes, como no caso de materiais cerâmicos do polo industrial da virada do século 19 para 20, surgido no entorno da Vila Arens e Ponte São João.

Por outro lado, a ponte (também chamada de Ponte dos Bondes) estava localizada no extremo da também chamada de Rua Torta, que é a atual rua Paula Penteado – forma o caminho mais suave para chegar daquele ponto do vale do rio Guapeva até o Largo da Matriz. Depois que avança pela rua Zacarias de Goes, a partir da rua Marcílio Dias, esse caminho tem em ruas como a Coronel Leme da Fonseca (antiga Travessa da Concórdia) um trecho quase plano.

Próximo
Esse tipo de leitura da “paisagem cultural” é um dos temas do próximo encontro, marcado para o dia 14 no Solar do Barão também das 14h às 17h. “Está sendo uma experiência muito rica nos aprofundarmos em um assunto ligado com a história da cidade”, comenta a secretária Daniela da Camara Sutti, do Planejamento e Meio Ambiente.

Pelo lado emocional, o novo evento do projeto contou também com os depoimentos de integrantes do Coral do Centro de Referência do Idoso (Criju), que levaram lembranças muito especiais para registro como o uso dessa ponte durante o século 20, por exemplo, para levar a refeição a familiares que trabalhavam na Vila Arens por moradores do antigo bairro do Moisés, ao lado da rodovia Anhanguera. Ou simplesmente o carinho que nutrem pelo monumento.

O assunto para ‘veteranas’ como Míriam Amélia Anaruma, Eurides Montes Cardoso, Idalina Cerioni (Nina) e Valderez Lanza Pires de Oliveira mereceu até uma recomendação ao maestro André Minutti, para um rascunho de futura canção para a Ponte Torta.

O coordenador do projeto, Antonio Sarasá, explicou que o processo de construção do lado cultural do projeto é assim mesmo e cada pessoa ou família representa um tijolo. Depois da fase de entendimento, os encontros passam para a fase de pertencimento (que já começa a ocorrer) e finalmente para a parte do empoderamento. As reuniões são abertas aos interessados.

A questão principal, entretanto, ainda continua presente: qual o motivo de uma ponte tão grande naquele local, no século 19, usando a técnica de tijolos em arco presente em muitas obras europeias. De acordo com os dados levantados até o momento no projeto com a colaboração do palestrante e de depoimentos, foram 50 mil tijolos, um vão em arco de 8 metros e uma passagem com largura de 1,60 metro.

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