da assessoria de imprensa da Prefeitura de Jundiaí
O técnico Nestor Mostério costumava ouvir da mãe, quando saía de casa rumo ao Complexo Esportivo Nicolino de Lucca, o Bolão: “Por que você não leva um colchão e já dorme por lá?”. Também pudera. Ainda atleta, ele passou parte da vida naquele espaço. “Era minha segunda casa”, diz.
O primeiro contato com o complexo esportivo, que completou 60 anos dia 4 de outubro, não foi pelo basquete. “Foi jogando futsal pelo Unidos Clube com o professor Natanael, mas logo em seguida iniciei minha trajetória no basquete.”
Nestor iniciou a vitoriosa carreira nas categorias de base do Jundiaí Clube e, embora sendo da categoria juvenil, já jogava pelo adulto em algumas partidas. “Quando o João Francisco Bras (técnico) chegou nos anos 1970, deu outra visão para o basquete da cidade. Eu jogava no adulto e treinava as categorias de base. Era interessante, porque jogava com o Marcel no adulto e treinava com ele na base”, conta. “Lembro da primeira convocação do Marcel. Foi em um jogo entre a seleção adulta e o Jundiaí Clube, no Bolão.”
Em 1980, Nestor assumiu o comando da equipe adulta do basquete masculino. “Era um time feito na cidade e muito forte, com nomes como Geraldo, Milani e Inho. Fomos campeões do Estado no infantil e juvenil.”
Quando Nestor Mostério recebeu uma proposta para jogar em Bauru, o padre Olivo Binotto, do Colégio Divino Salvador, não o deixou sair. “Ele disse para eu ficar e trabalhar com o basquete feminino.”
Foi assim que começou o trabalho brilhante de Nestor em Jundiaí, que marcou tempos áureos das equipes da Cica/Divino e do Perdigão/Divino. “O ginásio ficava lotado para ver nossa equipe e também para ver as partidas que marcaram a rivalidade entre Paula e Hortência. Tínhamos uma equipe formada com meninas daqui e sempre brigávamos pelo terceiro e quarto lugares. Veio a Cica e montou a maior equipe brasileira de basquete, trazendo a Paula de volta. Também foi pioneira na contratação de atletas estrangeiras, com a vinda da Brantly.”
Em 1988, o Cica/Divino atuou por um ano até mudar o nome para Perdigão/Divino. No currículo, conquistas históricas como o bicampeonato brasileiro de 1989 e 1990, o bicampeonato paulista nos mesmos anos e o Sul-Americano de 1990, no Equador. “Com a Perdigão, chegaram atletas como a Janeth e Marta. Conquistamos títulos importantes. A curiosidade é que a Paula não participou desses títulos, porque tinha ido para a Espanha. Fomos a primeira equipe a ser campeã brasileira sem Paula ou Hortência no elenco”.