Black Rio é atração de domingo no 'Trançando Arte Brasil'

11/10/2013 - Jundiaí - SP

da assessoria de imprensa da Prefeitura de Jundiaí

Um dos mais tradicionais símbolos da cultura afro, o trançado de cabelo, é destaque neste domingo (13) no “Trançando Arte Brasil”. O evento acontece das 9h às 20h, no Complexo Argos, com atrações como a banda Black Rio – que marca o cenário musical brasileiro há mais de 30 anos em parcerias com nomes como Tim Maia, Caetano Veloso e até Raul Seixas.

É a primeira vez que Jundiaí sedia o encontro nacional das trançadeiras, que está na quarta edição no País. A iniciativa é da Coordenadoria Especial de Políticas Públicas para Promoção da Igualdade Racial (Ceppir), ligada à Secretaria da Casa Civil.

A expectativa dos organizadores é reunir cerca de 200 profissionais do ramo de todo o Brasil, especialmente da Bahia, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pará e de todo o Estado de São Paulo na área externa do Complexo Argos. Além de tendas para o público conhecer esses trabalhos, um desfile acontece no final da tarde, antes do encerramento.

Os shows e apresentações culturais acontecem a partir das 13h. “Este encontro foi criado com objetivo de reunir os profissionais da trança para trocar experiências e também para dar visibilidade a essa cultura milenar”, afirma o coordenador municipal de Igualdade Racial, Vanderlei Victorino.

Ativista
Uma das principais presenças confirmadas é da trançadeira e ativista baiana Negra Jhô, que fará a palestra de abertura do evento com o tema “Um Novo Olhar”, trazendo informações, técnicas e debates pertinentes ao tema.

“A trança é uma forma de resistência e de autoafirmação da cultura negra, da negritude. Ela tem toda uma simbologia. Na época dos grandes impérios africanos, a trança identificava até mesmo o nível hierárquico do reinado. Quando os negros vieram para o Brasil, as tranças passaram a ser uma forma de defesa, para que os negros não fossem capturados”, afirma Victorino.

Ainda é possível até hoje, em diversas partes do mundo identificar a região de origem da pessoa pelo tipo da trança (como acontece com o desenho das bolsas na Cordilheira dos Andes ou com os padrões de pintura corporal na Amazônia, no caso dos nativos americanos). Mesmo nas áreas urbanas, a forma de fazer o trançado do cabelo é diferente em cada estado brasileiro pela influência de diferentes povos vindos da África.

“Isso demonstra a resistência da cultura afro no mundo. É passado de geração para geração”, acrescenta.

O evento tem apoio de Círculo Palmarino, Salão Função Black, Feconezu (Festival Comunitário Negro Zumbi), Estúdio João Ballas e Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas, entre outros.

Caravanas
Durante os preparativos a equipe da Ceppir esteve em grandes eventos ligados com a cultura afrobrasileira como a Festa da São Benedito em Tietê (SP), origem de ritmos peculiares como o chamado “batuque do tietê” e considerado o maior evento do gênero no país. Também haverá caravanas de outras cidades da região.

O público poderá encontrar tendas com profissionais para feitura de tranças ao vivo ou mesmo para sugerir efeitos para intervenções futuras.

Na parte cultural, a programação abre com o Coral Tulany, impressionante grupo de estilo gospel americano criado em Limeira, e segue com a dança afro do grupo de pesquisas em instrumentos e coreografias Pombe Oryba, de São Paulo.

Também está presente o rap e funk da banda jundiaiense 288, conhecida nacionalmente pelas décadas de trabalho, e o balanço das bandas Mica Soul e Let´s Groove. Tudo culminando com o show da Black Rio, que deve incluir no repertório alguns tributos a Tim Maia.

Confira a programação completa:

Domingo (13) – Complexo Argos, Vila Arens
8h30 – Credenciamento e recepção de profissionais da trança
9h – Abertura e palestra “Um novo olhar”, com Negra Jhô
13h – Abertura dos portões para as atividades culturais, show do Coral Tulany
13h45 – Grupo de dança afro Pombe Oryba
14h45 – Banda 288
15h45 – Banda Mica Soul
16h45 – Banda Let´s Groove
18h – Desfile de modelos de tranças
19h30 – Banda Black Rio

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