da assessoria de imprensa da Prefeitura de Jundiaí
Uma série de apresentações marcou o café da manhã comunitário que celebrou a Semana de Luta Antimanicomial, nesta quinta-feira (16). O evento, realizado com pacientes e familiares do CAPS 3 (Centro de Atenção Psicossocial Adulto), da Secretaria de Saúde, trouxe surpresas como uma dança ao som do hit “Maniac”, uma performance com música de Wando e uma encenação teatral lembrando os horrores dos antigos hospícios.
“Somos um modelo aberto, com atividades marcadas durante a semana para os pacientes encaminhados pelas unidades de saúde ou pelo Hospital São Vicente. O foco está em portadores de neuroses e psicopatias”, explica a terapeuta ocupacional Eliane Maria de Souza, da Coordenação de Saúde Mental.
No ambiente descontraído do evento, o palhaço identificado como “Chimarrão” contou piadas e depois narrou que o tratamento antigo era como uma prisão e atualmente os pacientes são tratados como pessoas. “Foi uma conquista que exigiu muitas lutas”, comenta a médica psiquiatra Márcia de Ataíde do Paço, formada na Faculdade de Medicina de Jundiaí.
Com muitas árvores, o CAPS 3 se destaca por ser um outro tipo de ambiente. “A equipe toda trabalha com muito carinho e envolvimento. Até mesmo os terceirizados acabam fazendo mais do que estava combinado”, comenta a gerente Rute Cemenciato, citando o trabalho das professoras Regiane Porfírio e Luciene Lemos da Silva, da Associação Cultural Menorah, que lidam com aulas de teatro e dança.
E tem ainda artesanato, futebol e outras. São pelo menos 70 pacientes atendidos por dia e mais as emergências, atendidas durante 24 horas.
Nova estrutura
Em Jundiaí, a atual estrutura de saúde mental conta com o CAPS 3 (Adulto), o CAPS 2 (Infantil) e o CEAD (álcool e drogas), além do Ambulatório de Saúde Mental. Todos recebem encaminhamentos das unidades da rede de saúde.
“Ainda é pouco diante dos desafios que enfrentamos. Por isso estamos buscando ampliar esse setor”, afirma o secretário de Saúde, Cláudio Miranda.
Um dos objetivos é a criação de Núcleos de Apoio à Saúde de Família (NASF), que estão sendo articulados para trabalhar em paralelo com os agentes comunitários e, dessa maneira, desafogar as demandas das unidades atuais.
O coordenador de Saúde Mental, Vito Vicente Gapit, afirma que pelo menos quatro equipes estão em estado adiantado de formação. “O problema mais demorado de resolver é a contratação dos médicos psiquiatras”, explica.
O futuro atendimento do Consultório de Rua, que tem um convênio e até um veículo parados por conta da morosidade do governo anterior, está sendo alvo de estudos sobre a melhor abordagem intersetorial da questão dos dependentes químicos e pessoas em situação de rua.
Além do prefeito Pedro Bigardi e do secretário Cláudio Miranda, que estavam representados ali, o ato foi prestigiado também pelo presidente da Câmara, Gerson Sartori.