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Aos 33 anos de idade, o jundiaiense Júlio Silva se despediu do circuito nesta quarta-feira ao ser derrotado na segunda rodada do challenger do Paunieras. O responsável por aposentar o tenista de Jundiaí foi o chileno Paul Capdeville, cabeça de chave número 7 no torneio, que triunfou em sets diretos, com parciais de 6/3 e 6/2, em 61 minutos de jogo.
Este foi apenas o segundo torneio que Julinho disputou em 2013, tendo caído também na segunda rodada no challenger de Santos, na semana passada. Em seus 14 anos como profissional, ele somou 402 derrotas a 296 vitórias e conseguiu conquistar quatro títulos de challenger, o último desde em 2011, no saibro de Belo Horizonte.
Foram mais 16 conquistas em futures e outros cinco vice-campeonatos em challengers. Em tantos anos de circuito, fui justamente o primeiro título de challenger, em 2002, um dos dois momentos mais importantes da carreira. Julinho superou nomes como o paulista Ricardo Mello, o peruano Ivan Miranda e o luxemburguês Gilles Muller para conquistar a taça em Gramado.
Outro momento destacado pelo paulista de Jundiaí foi em 2006, quando disputou seu primeiro e único torneio de Roland Garros. Julinho teve que dormir em uma estação de trem e dividir o almoço com o técnico Emerson Lima para conseguir furar o qualificatório e jogar pela primeira vez um Grand Slam, algo que só fez mais uma vez, no US Open de 2010.
Julinho era pegador de bolas em sua cidade natal e começou a jogar tênis com 13 anos. Apesar do pouco apoio ele batalhou para seguir no circuito e assim o fez até o 24º dia abril de 2014, quando enfim largou o tênis profissional. A falta de apoio foi um dos motivos que aceleraram a aposentadoria do paulista, que já vem trabalhando como treinador em Araçatuba na orientação de jovens da região.
"É triste porque eu vivi 200% o tênis. Sempre dei o meu máximo, nunca entrei em um jogo ou em um treino para brincar. Com certeza vou sentir falta da rotina de treinos e de competições, mas já estava na hora de parar. Faz muito tempo que estou viajando sozinho e sem patrocínio", contou o atleta de 33 anos.
No início desta temporada, quando anunciou seus planos de aposentadoria, Júlio Silva foi convidado a participar do circuito de tênis de seniors Itaú Masters Tour. Agora, além das partidas na competição de veteranos, o principal foco de Julinho é a carreira como coordenador técnico na Academia Tennis Pro Araçatuba, oficialmente inaugurada no último dia 20 e localizada na cidade onde Silva fixou residência com a esposa e o filho.
"Guardo bons aprendizados da carreira como tenista profissional, mas principalmente os adquiridos em momentos de dificuldades em jogos e viagens, porque nunca foi fácil, principalmente em torneios pela Europa. Durante meu período no circuito profissional entendi que nada é impossível. Diante das dificuldades é preciso ter calma porque Deus sempre está olhando por nós", ressaltou Julinho, que foi 144º da ATP em simples e 132º em duplas, representou o Brasil na Copa Davis, com uma vitória e uma derrota.