As gerações, os livros e a paixão pela informação

12/3/2012 - Jundiaí - SP

da assessoria de imprensa da prefeitura de Jundiaí

Vera Regina Barros é bibliotecária há 40 anos. Quando começou a atuar na área, ainda não havia internet e, como lembra, os computadores eram muito grandes. Hoje, na Biblioteca Municipal Prof. Nelson Foot, ela tenta aliar os livros à internet, ao mundo informatizado. Está sempre em busca de valorizar a informação e fazer com que o público a descubra.

O mesmo pensa sua colega de profissão e de espaço, a também bibliotecária Michele Santos Bueno Cruz, há quatro anos na área e, como afirma, “muito satisfeita com seu trabalho”. Sua visão casa à da companheira Vera: “Biblioteca não é só livro, mas um lugar dinâmico e vivo, de produtos e serviços à população”.

No dia do Bibliotecário, comemorado nesta segunda-feira, ambas afirmam que o grande desafio das bibliotecas, na atualidade, é fazer com que as pessoas se interessem mais pela informação, pelo conhecimento e pela leitura. Ainda mais quando se trata dos jovens, que se despregaram do papel e estão ligados na internet. “A internet é muito importante”, reconhece Michele. “Mas, em alguns casos, ela acomoda com toda sua velocidade e impede que o jovem busque informações em outras fontes.” Para ela, o bibliotecário deve mostrar novos caminhos.

Tanto Vera quanto Michele fizeram o curso de biblioteconomia e, de diferentes gerações e vivências, trocam hoje experiências na biblioteca de Jundiaí – entre um Machado de Assis e um Gabriel Garcia Marquez, um Mario Puzo e um Sidney Sheldon. “Queremos formar usuários independentes”, explica Vera, sobre a pessoa que aprende a utilizar a biblioteca, a frequentá-la, a criar o hábito de estar ali. Para que isso se concretize, o papel do bibliotecário é fundamental.

Além de organizar o espaço, esse profissional fica com a missão de trazer livros para o local, a de entender o que os usuários desejam ler. “Também devemos mostrar que existem outras boas opções, mostrar o diferente”, argumenta Michele. Para tanto, as duas profissionais hoje contam com um acervo de 61 mil livros na Nelson Foot, além de amplo espaço para leitura, atividades variadas e a utilização de computadores com internet pelos usuários.

Preferências

Vera não ligava muito para bibliotecas quando jovem, antes de ingressar na área. Mas teve a atenção despertada por uma amiga da família e descobriu a magia da leitura. Debruçou-se sobre Eça de Queiroz, Clarice Lispector, Miguel de Cervantes e, claro, Machado de Assis. E, ela garante, não se tratava de leitura para vestibular, mas de curiosidade.

Já com Michele o caminho inicial foi o oposto: quando jovem, ela vivia em bibliotecas, entre livros. Avisou os pais sobre sua escolha – ser bibliotecária – e logo despertou certa desconfiança dos parentes sobre a profissão. Não desistiu, seguiu em frente e hoje, prestes a ganhar sua segunda filha, se diz realizada com a profissão. Como ocorreu com Vera, foi um caminho com muitas obras e autores, algumas pilhas de José de Alencar e um livro que diz ser o seu preferido: “O Poderoso Chefão”.

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