da assessoria de imprensa da prefeitura de Jundiaí
Com a chegada do período de chuvas intensas, a Secretaria Municipal de Saúde orienta a população quanto às medidas que devem ser adotadas a fim de evitar algumas doenças decorrentes do contato com a água da chuva. É o caso da leptospirose, doença grave ocasionada por bactéria presente na urina de rato e que, normalmente, se espalha pela água suja das enchentes, lama e esgotos.
De acordo com o gerente do Centro de Controle de Zoonoses, Carlos Ozahata, alguns procedimentos simples são fundamentais e precisam ser colocados em prática, principalmente em situação de enchentes. “Água e sabão já ajudam a eliminar uma série de bactérias”, adiantou Ozahata, lembrando que além da leptospirose, outras doenças como hepatite, diarreias e infecções de pele também podem ser ocasionadas pelo contato com a água contaminada.
Segundo o gerente, o risco de transmissão da leptospirose é maior nesta época do ano devido às chuvas e também à presença de pessoas em represas e lagoas que contam com roedores silvestres no entorno. “Inclusive áreas gramadas, cuja água demora para ser drenada, também apresentam riscos”, enfatizou.
Cuidados
Os cuidados são válidos para as pessoas e animais de estimação. “Para animais existe vacina para prevenir a doença, por isso os cães devem ser vacinados anualmente. Para humanos não existe vacina”, alertou, lembrando também dos perigos da automedicação. “No caso de uma leptospirose o medicamento pode mascarar os sintomas e levar a uma insuficiência renal crônica”, disse. O importante é procurar um serviço de saúde.
Dentre os cuidados necessários, a Seção de Controle de Zoonoses destaca a importância de manter a casa aberta após o contato com água da chuva para a entrada de ar e sol, retirando todos os resíduos existentes, sendo importante usar botas e luvas de borraca ou sacos plásticos duplos presos nos braços, pés e pernas. Além disso, todos os alimentos in natura (verduras, legumes e frutas) que tiverem contato com a água da chuva e alimentos industrializados e comercializados em embalagens plásticas (arroz, feijão, macarrão) devem ser descartados.
Os enlatados podem ser aproveitados, desde que lavados com água e sabão e imersos em solução com água sanitária (200 ml/10 litros de água) por período mínimo de 15 minutos. Após as águas baixarem é necessário retirar a lama e desinfetar o local (sempre se protegendo). Chão e parede também devem ser lavados com água sanitária.
É importante também impedir que crianças nadem ou brinquem nos locais com água de chuva. Donos de animais de estimação devem limpar os comedouros frequentemente e evitar que os alimentos fiquem expostos.
Sintomas da leptospirose
A leptospirose é causada por bactérias do gênero Leptospira e resulta da exposição direta ou indireta à urina de animais infectados. A penetração do microrganismo se dá através da pele lesada ou das mucosas da boca, narinas e olhos. Pode também ocorrer através da pele íntegra, quando imersa em água infectada por longo tempo.
A doença tem um período de incubação para se manifestar, que varia de 1 a 30 dias (média de 7 a 14 dias). De início súbito, apresenta febre, dores de cabeça, dores musculares (principalmente nas panturrilhas – batata da perna) anorexia, náuseas e vômitos. Com a evolução da doença podem ocorrer alterações sanguíneas com icterícia grave e disfunção renal, cardíaca ou pulmonar. A taxa de letalidade é de 10% a 40%.