da assessoria de imprensa da prefeitura de Jundiaí
Parafraseando a escritora gaúcha Martha Medeiros, cabem aqui citações de sua crônica “A Mulher Boazinha”, isto para homenagear as mulheres (todas, mas em especial as mulheres da Guarda Municipal de Jundiaí, sangue azul, respeito e dedicação plena a esta Corporação!) na terça-feira, dia 8, e durante todo o mês de março. Assim se segue:
“Qual o elogio que uma mulher adora receber? Bom, se você está com tempo, pode-se listar aqui uns setecentos: mulher adora que verbalizem seus atributos, sejam eles físicos ou morais. Diga que ela é uma mulher inteligente, e ela irá com a sua cara.
Diga que ela tem um ótimo caráter e um corpo que é uma provocação,
e ela decorará o seu número. Fale do seu olhar, da sua pele, do seu sorriso, da sua presença de espírito, da sua aura de mistério, de como ela tem classe: ela achará você muito observador e lhe dará uma cópia da chave de casa.
Mas não pense que o jogo está ganho: manter o cargo vai depender da sua
perspicácia para encontrar novas qualidades nessa mulher poderosa, absoluta. “
“Diga que ela cozinha melhor que a sua mãe, que ela tem uma voz que faz você pensar obscenidades, que ela é um avião no mundo dos negócios. Fale sobre sua competência, seu senso de oportunidade, seu bom gosto musical.”
“Agora quer ver o mundo cair? Diga que ela é muito boazinha. Descreva aí uma mulher boazinha. Voz fina, roupas pastel, calçados rente ao chão. Aceita encomendas de doces, contribui para a igreja, cuida dos sobrinhos nos finais de semana. Disponível, serena, previsível, nunca foi vista negando um favor. Nunca teve um chilique. Nunca colocou os pés num show de rock!”
“É queridinha. Pequeninha. Educadinha. Enfim, uma mulher boazinha.”
“Fomos boazinhas por séculos. Engolíamos tudo e fingíamos não ver nada, ceguinhas. Vivíamos no nosso mundinho, rodeadas de panelinhas e nenezinhos. A vida feminina era esse frege: bordados, paredes brancas, crucifixo em cima da cama, tudo certinho. Passamos um tempão assim, comportadinhas, enquanto íamos alimentando um desejo incontrolável de virar a mesa. Quietinhas, mas inquietas.”
“Até que chegou o dia em que deixamos de ser as coitadinhas. Ninguém mais fala em namoradinhas do Brasil: somos atrizes, estrelas, profissionais. Adolescentes não são mais brotinhos: são garotas da geração teen. Ser chamada de patricinha é ofensa mortal.
Pitchulinha é coisa de retardada. Quem gosta de diminutivos, definha. Ser boazinha não tem nada a ver com ser generosa. Ser boa é bom, ser boazinha é péssimo. As boazinhas não têm defeitos. Não têm atitude. Conformam-se com a coadjuvância. PH neutro.”
“Ser chamada de boazinha, mesmo com a melhor das intenções, é o pior dos desaforos. Mulheres bacanas, complicadas, batalhadoras, persistentes, ciumentas, apressadas, é isso que somos hoje. Merecemos adjetivos velozes, produtivos, enigmáticos. As “inhas” não moram mais aqui. Foram para o espaço, sozinhas...” (reticências por conta da edição).
Efetivo feminino completou a maioridade em 2009
Loiras, morenas, altas, baixas, experientes, jovens, mais maduras, sonhos (muito sonhos), idades variadas, ricas experiências de vida, um mesmo compromisso, sério e fiel, cumprido à risca : servir a comunidade. Assim é o contingente feminino da Guarda Municipal de Jundiaí – composto por 19 mulheres, dentre elas Isis Regina de Abreu Fernandes, a primeira subinspetora na história da Corporação, nomeada em 2010 - que este ano passa a contar com mais duas integrantes: Gianny Danielle Freire e Juliana Martins Marques.
A proposta para a criação de um efetivo feminino coube ao então comandante Tarcisio Germano de Lemos, durante a 2ª gestão do prefeito Walmor Barbosa Martins; quando chegaram na Corporação, ao serem apresentadas oficialmente a um efetivo caracteristicamente masculino, sofreram uma certa resistência: até que ponto elas seriam realmente competentes para o desempenho das funções? Antes disso, as famílias já manifestavam a preocupação, compreensível por se tratar de mulheres assumindo o compromisso de combater a criminalidade, empunhando armas, garantindo a segurança da população, uma grande responsabilidade. Fragilidade, sensibilidade...determinação! E elas chegaram lá! As