ColunistasCOLUNISTAS

Edson Carlos de Sena

Autor: Edson Carlos de Sena

A Biblioterapia Clínica, uma dimensão da ciência Biblioterapia

11/7/2023 - Jundiaí - SP

Indicar livros que tivemos boas experiências com eles não se configura, no todo, a prática da Biblioterapia Clínica. Temos que compreender que para a prática clínica da Biblioterapia, a pessoa que prescreve o livro, capítulo ou parte de um livro deve ser da área da Saúde Mental (psicólogos, psicanalistas, psiquiatras e outros terapeutas da Saúde Mental). Por que essas colocações? Essas colocações são necessárias para se entender que a Biblioterapia Clínica não se dá de qualquer modo e não é feita por qualquer pessoa. É preciso entender o que o paciente precisa e, além das leituras de textos indicados, é necessário fazer interpretações diante do que diz o paciente, ou seja, fazer interpretações sobre o que ele expressa. Isso entre outros procedimentos.

O terapeuta conduz as sessões biblioterapêuticas com objetivo de se alcançar insights, resoluções de conflitos, a catarse e outros benefícios. Sabemos que na Biblioterapia, de modo geral, quem assume o lugar de terapeuta é o livro, o texto. Mas no caso da Biblioterapia Clínica o terapeuta (o profissional) ainda permanece como um segundo terapeuta que conduz os momentos, faz interferências necessárias e faz o papel primordial que é ouvir o paciente sobre suas experiências com a leitura e sobre seus sentimentos, desejos, conflitos etc. Tudo isso de modo individual.

Como fazer a dosagem das leituras, ou seja, indicação de textos (livros ou fragmentos de livros), os tipos de escritas, gêneros e seus autores...? A dosagem da leitura se dá, primeiramente, pela escuta do que o paciente tem (quadro clínico) ou sobre o que ele está passando naquele tempo da vida.

 As sessões poderão ser periódicas, ou seja, diariamente, semanalmente, mensalmente etc. O terapeuta junto com seu paciente é que irão definir quais serão os intervalos de tempo das sessões. É importante dizer que há casos em que as leituras dos textos indicados serão feitas exclusivamente dentro das sessões, podendo ter releituras do mesmo texto nos intervalos das sessões, pois muitos fatores podem condicionar as leituras dos textos, como: idade, ser alfabetizado ou não, deficiências que limitam as leituras etc.

As escolhas dos textos não devem serem feitas de qualquer modo, pois é necessário estudar o caso do paciente, seus gostos, suas limitações. E isso pode requerer alguns encontros o que podemos chamá-los de entrevistas.

É importante que o paciente saiba, e seja sempre lembrado, o porquê dele estar fazendo aquele tipo de terapia e quais objetivos são almejados. É também importante o paciente estar ciente da importância de sua colaboração para que bons resultados sejam alcançados.

Quanto ao terapeuta, cabe a este ser um investigador de bons textos e buscar ler muito sobre o tema da Biblioterapia, ou seja, capacitar-se. Ver o que já temos como base para trabalharmos de modo bem qualificado. E indicamos buscar conhecer trabalhos já bem recomendados que relatam experiências de profissionais que já estão atuando nesta área há mais tempo.

É importante dizer que Biblioterapia Clínica Online é possível, mas tem que estudar cada caso para ver se o resultado vai ser frutuoso. Caso não seja possível, são recomendados os encontros presenciais. Os indicadores de possibilidade da terapia online podem ser encontrados nas entrevistas e questões lógicas, como: idade, deficiências etc.

Compartilhe no Whatsapp