ColunistasCOLUNISTAS

Thales Kroth de Souza

Autor: Thales Kroth de Souza

Um Mergulho Sob A Venezuela E Seu Ambiente Político, Social E Econômico

29/5/2023 - Jundiaí - SP

Hoje, é inevitável não usar o acesso à informação para possuir um posicionamento claro sobre qualquer condição de estratégia política, de comunicação e de finanças.

Com população atual é de 29.862.904 pessoas, cerca de 10 milhões foram deslocadas fugindo da insegurança política, econômica e de liberdade que a Venezuela enfrenta. Diversos choques econômicos atingiram à Venezuela desde 1980, todavia duas tentativas de golpe em 1992, impeachment do presidente Carlos Andrés Pérez em 1993, morte de Chávez em 2013 e insegurança política na eleição controversa de 2018 prejudicaram esforços para um país com melhor estabilidade política.

Em janeiro de 2019, a Assembleia Nacional declarou como usurpador Nicolás Maduro e o presidente Juan Guaidó autoproclamou-se presidente interino. Mais de 50 países reconheceram Guaidó como presidente interino incluindo a Organização dos Estados Americanos, Canadá, Estados Unidos, Israel, Austrália, Japão, o Parlamento Europeu, União Europeia, além do Brasil; todavia cerca de 20 países como Rússia, Cuba, Nicarágua, China e Coreia do Norte reconheceram Maduro; outros 17 países, mais Vaticano e ONU declararam neutralidade.

Atualmente, a presidência interina é de Freddy Superlano (2023-presidente) com o pedido de asilo político do ex-presidente interino Guaidó (2019-2023) para os EUA. A configuração está nas indicações de representantes em outubro para as eleições de 2024.

Marcado pelo declínio socioeconômico venezuelano, Maduro não está em bons lençois com uma capacidade produtiva e de dar à volta por cima irregulares. O acentuado crescimento da pobreza, criminalidade, fome e inflação acompanham uma trajetória crítica de sua gestão.

A inflação tem um histórico de arrepiar com os seguintes registros históricos recentes: 2.616% em 2017, 130.060% em 2018, 9.500% em 2019, 2.959,8% em 2020, 686,4% em 2021, 305,7% em 2022 e projeção de cerca de 400% para 2023 segundo o FMI.

O forte desempenho faz com que a engrenagem de crescimento do país também perca força em uma competitividade inexistente e sem reforço para conseguir o fôlego necessário para reverter o quadro funcional executivo.

Descontentamentos, acusações de carestia, enfrentamentos sobre as condições do país faz com que a Venezuela ocupe as últimas posições tratando-se de liberdade econômica, segurança política, regime de democracia, acordos, cumprimentos de responsabilidades e de dívidas, rebaixamento de rating de crédito no mercado internacional, entre tantos problemas estruturais e de gestão provocam críticas massivas sobre o poder executivo venezuelano que possui apoio das Forças Armadas, parte do legislativo, judiciário, etc.

Há também a crítica sobre as pelo menos 12 mil prisões arbitrárias entre 2014 e 2018, sendo considerados 620 presos políticos no auge de manifestação e crise e em novembro de 2017 com 317 presos; relatos de 15% dos presos referindo-se a submissão de torturas, tratamento desumano e violações dos direitos humanos; ao menos 6 casos de denúncias de violência sexual contra mulheres, etc.

Entre tantas outras questões em debate, a Venezuela passa por um período muito complicado e as propostas para sua melhoria e condições deveriam ser levadas em conta, principalmente pela configuração e conjuctura de desenvolvimento econômico. O presidente não reconhecido insiste em um controle de preços com três níveis diferentes, podendo unificar suas taxas de câmbio, além do subsídio à gasolina que não refletem o ideal, mesmo com os mais baixos preços do mundo, este custo tem impacto em cerca de US$12 bilhões por ano aos cofres públicos. Novas políticas para o enfrentamento da crise e da situação reflete um posicionamento mais austero, essa é uma resposta à altura que o próprio povo venezuelano deseja.

A preocupação com apoio político deve ser descartada. Ora, o que melhor e evidente interesse que o bem social, de desenvolvimento da economia e de apetite aos negócios para que as pessoas tornem de volta a identidade, a valorização como pessoa humana e dignidade para o emprego e para sua renda. A vitrine do país precisa servir de espelho ao mundo e como condição para retirada de sanções econômicas pertindo a proteção de seus valores.

Parte da política e da condução do executivo o estímulo para que o país trilhe seu caminho e a vontade popular por mudanças parte pela visão técnica e proativa de fatores essenciais para o sucesso espontâneo. Após muitos anos de problemas, demorará muito mais para a Venezuela conseguir seu destaque a nível global, mas a esperança permanece na cultura deste povo que tem sentimento pela América Latina, é tão querida para todos, tem um povo forte e um país megadiverso.

Envie para ksthales@gmail.com dúvidas, informações, sugestões e comentários.

Compartilhe no Whatsapp