COLUNISTAS

Autor: Thales Kroth de Souza

Presidente ou CEO: A Liderança Centrada No Sucesso

27/1/2023 - Jundiaí - SP

CEO - Cheif Executive Officer ou Diretor Presidente, Presidente, como preferirem, existem diversas nomenclaturas para seu nome, só que existem poucas sobre o tamanho da responsabilidade que está sob seus ombros, especialmente quando ele precisa ter conhecimentos prévios de todos os setores da empresa, entendimentos sobre as tomadas de decisão nas estratégias de negócios, conhecimento por dentro das operações, alguns falam: "saber das raízes da empresa", ter construído uma carreira em pessoas, negociações, reputação, imagem e marca. Alguns são verdadeiras celebridades, alguns são religiosos, outros pessoas comuns, simples e a maioria possui transtornos principalmente pela delegação de consequências e resultados que precisa dividir. Há diversas críticas no que tangem a diversidade e a formação de compensação do executivo, mas nenhuma é tão crítica quanto ao que ele faz.

Muitos o detestam, próximos querem seu lugar, poucos conseguem chegar tão longe e muitos poucos estão preparados para exercer sua função. Na verdade, até alguns que se tornam não estão preparados e estarão realmente depois de algum tempo sabendo mais fundo como a visão desse líder precisa ser. Também não existe um curso específico para ser chamado de CEO. Não há Harvard, Stanford, FGV, Shangai ou um programa executivo que consiga preparar verdadeiramente com a prática, tespestade, fogo e paixão devidos para a posição, há indicações, direções e configurações que podem ser seguidas, mas varia para cada caso.

"With great power comes great responsibilit" ou "Com grandes poderes vêm grandes responsabilidades" - Peter Parker, Homem-Aranha, Stan Lee. Já ouviu-se falar inclusive em filmes como dilemas para os poderes que você ganha quando transforma-se em um super-heroi e assim é difundido como um Presidente se torna. Aquele ser extraordinário, com voz ativa, inteligente, criativo, capaz de grandes interlocuções, respostas rápidas, sem tempo e com muito material para produzir, representar e agir. Se não fosse por diversos fatores, muitos poderiam acreditar que isso seria verdade, pois não é. Ser líder é saber delegar. Ele não fará sozinho. Mark Zuckerberg que o diga quando Presidente da Facebook em "você não consegue 500 milhões de amigos sem fazer alguns inimigos". Sim! O estudante com pouquíssimos amigos conseguiu formar um cadeia de interessados no que alastrou-se no que é hoje a Meta (Facebook, Instagram, WhatsApp, Oculus VR, entre outras). Nesse caso e em praticamente todos, a razão e lógica está mais para oportunidade.

Como aproveitar as oportunidades que são conferidas? Eu posso começar pequeno, como um mero Estagiário. Quem dá a responsabilidade para as atividades operações? Ou, então, quando ingresso em uma empresa em um cargo de gestão após confiança intrínseca da área de recursos humanos, com que critérios eles usaram para confiar todos os recursos? E quando falo de recursos, falo de recursos tecnológicos, operacionais, pessoais, financeiros, em geral. Com que legitimidade viram em uma pessoa essa cooperação toda para dar tantas atribuições a uma pessoa só?

Essas questões são curiosas quando tratam-se de pequenas e médias empresas, porque nas grandes parecem já estarem consolidadas as ideias sobre influência, reputação, personalidade e celeridade de processos. Parece que só a imagem de uma pessoa parece carregar toda a empresa em seus olhos e isso é bem perigoso quando não se saber muito bem do que essa pessoa é capaz. Se para os maus exemplos todos negam, impossível de acreditar que todos são bons, mas realmente é do bom coração que há os problemas, pois quantas ações podem ser realizadas visando atitudes compreensivas? Foi pensando no lado positivo que negócios não se sustentam. Não é possível apenas se apegar a mecanismos fracos, é necessário provas da capacidade humana.

Não é pedir demais saber se a pessoa valoriza tanto os recursos da empresa quanto valoriza os seus próprios. Há muitos Presidentes e Diretores executivos com problemas financeiros, gastos compulsivos que assustam. Se não conseguem ter um bom tratamento com os próprios recursos que ganham, o que dirá de milhares e milhões de negócios corporativos? Essa visão poderia ser adaptada na política onde poucos políticos possuem um bem estar saudável com o que ganham. Imagine ganha na casa dos R$30 mil e ter os benefícios que a classe possui; se não conseguiu enriquecer em quatro anos e mantém sua declaração no mesmo patamar praticamente, alguma coisa de muito sério está errada. E dessas lideranças são exemplos para indicações a empresas estatais como  BNDES, Caixa Econômica Federal, Petrobrás, Banco do Brasil, órgãos reguladores, etc. É necessário bom senso como se fosse o seu próprio dinheiro. Se este zelo fosse valorizado, o próprio país teria outro olhar para sua gestão e governança.

Ser CEO do Brasil, ou melhor, Presidente da República serve de modelo para a construção de políticas estratégicas para uma geração, o que dirá do uso para questões rotineiras, negócios, setorial e classista. Acho que há muito poder para esta liderança como Chefe do executivo, Chefe de Estado e Chefe de Governo. Ainda bem que há democracia e pluripartidarismo, o problema central está nos privilégios e no exagero demasiado, como no gasto de cartões corporativos, ou na quantidade de assessores, mas isso valeria também para os poderes legislativo e executivo que se incharam com o tempo. Na vida empresarial, há uma relativização para um cargo, não para os demais. Se a prática fosse constante, a ideia de cultura empresarial seria a melhor escolha como na adaptação exposta no livro Sonho Grande de Cristiane Corrêa sobre a construção de negócios da empresa 3G Capital e dos sócios Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira. A sensação de dono do negócio fará com que não haja gastos extraordinários e, se seu dinheiro também está ali, você terá um tratamento diferenciado para a coisa toda.

Mesmo que sua visão esteja dividida, o passado não pode ser tão diferente do presente. David Vélez como CEO do Nubank teve um contraste totalmente diferente de Gustavo Werneck, CEO da Gerdau, John Rodgerson, CEO da Azul Linhas Aéreas, Milton Maluhy Filho, CEO do Itaú Unibanco ou Israel Salmen, CEO da Méliuz. Se para Vélez a cultura e inovação já está no planejamento estratégico na forma de atuação, Werneck pratica uma gestão conceitual na operação e em contratos, ao passo que Rodgerson precisa do saber mais sobre o relacionamento com o público para engajar seus clientes, Filho similarmente com a prática do relacionamento bancário e empresarial e, por fim, Salmen, que apesar de estar em uma empresa que possui inovação como prática no negócio, volta a visão da startup pela aproximação dos consumidores com a compra, recompra e retroalimentação de programas, com alto índice de respostas positivas no Reclame Aqui. Então, uma característica que você adota em seu comportamento, pode ser não tão fácil ser adaptado para outros negócios, e para a liderança estar centrada no sucesso dependerá muito da oportunidade, negócio, adaptabilidade da liderança e da ação.

Uma curiosidade com o mercado brasileiro visto do exterior é a fórmula mágica que o "jeitinho brasileiro" é possível ser rarefeito quando usado para o comportamento tradicional, isto é, fazer uma negociação importante acontecer. Não que o jeitinho esteja errado em todo, burlar leis, designar pessoas para receber benesses e fazer fingimento de competitividade para atrair negócios está errado, contudo o jeitinho para driblar um desafio como de inovar na pandemia, manter um bom fluxo de caixa, engajar suas equipes de vendas e possuir as características calibradas como CEO são fatores essenciais se você deseja aprender como ser CEO na prática. O primeiro caminho você aprende na escola, o segundo caminho é no trabalho comum, agora o terceiro e, talvez o mais importante em sua carreira, é a construção do saber. Uma dica: não se acanhe em perguntar, ousar, discutir e mensurar. Talvez o negócio que deixou com tudo seja a chave para um negócio maior para a empresa inovar no futuro e, com essa informação que falta, também seja a oportunidade que você crie para chegar ao topo da sua igreja, da sua cidade, do seu estado, do seu país, da empresa em que trabalha, da sua turma na universidade, de uma multinacional no exterior, no seu grupo de amigos. Influenciar pessoas é ser líder, e se quer chegar ao sucesso, precisa aprender com os líderes que estão lá.

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